sábado, 28 de abril de 2012

A ARTE DA PESCA


Existem três amores na minha vida: odontologia (minha profissão), pesca (meu hobby preferido) e a fotografia. Mas hoje vou falar sobre meu hobby preferido: a pesca.
Já sou pescador a muitos anos, comecei na pesca nos meus 7 anos de idade com varinhas de bambu e peixes como tilapinhas, anzol pequeno e aquela famosa latinha de minhocas ao lado e beira do lago. Quando mais velho pude experimentar outro tipo de pescaria que realmente me introduziria a pesca propriamente dita. Aos 10 anos ganhei um conjunto de vara e molinete do meu avo que foi um grande pescador de robalos do litoral sul de São Paulo a vara pesada de fibra de vidro azul (que guardo ate hoje) e o molinete mitchel dos bem antigos mas muito bom mesmo.
Foi a partir dali que meu avo já havia desistido de pescar embarcado e para me ensinar resolveu que me levaria para pescar na barra do rio Itanhaém. Aprendi a armar o equipamento e usar o camarão vivo como isca e lá íamos nós para a praia.
Aos 12 anos inventei moda e comecei a pescar com iscas artificiais foi quando adquiri meu primeiro conjunto de vara e carretilha e algumas iscas nesse período de aprendizado meus espécimes procurados foram as traíras que durante alguns anos me fizeram a alegria nas artificiais.
Quando me mudei para o Tocantins pude comprar mais material ainda e comecei a me especializar no tucunaré, que peixe brigão e maravilhoso e esse nossa e bonitão também, porem havia algo que não saia da minha cabeça: o meu grande sonho no fly fishing.
Foi em 2011 que voltando a São Paulo comecei a me integrar mais ao fly. Procurei uma forma de aprender o fly e fuçando na internet descobri uma ótima escola de fly, a flycast school presidida por Marco Valério. A partir do dia do curso marcado fui e realizei o curso com algumas dificuldades, pois o fly não e fácil. Lá conhecemos amigos que me fizeram um convite da minha vida: pescar trutas de fly na patagônia chilena (meu grande sonho de pesca no fly começava a criar vida). Enfim quando chegou a hora eu embarquei e quando cheguei me veio a cabeça toda aquela maravilha de lugar, e as trutas saíram. Como me propus a pescar de fly a emoção foi grande cada truta uma briga homérica, afinal com todo meu empenho meus treinos e simulações regidas pelo mestre Marcão a toda hora vinham na mente as palavras do mesmo durante a pesca: “olha a paradinha”, “acelera a linha e não a vara” e assim por diante.
E assim o fly entrou na minha veia pesqueira com potencia e hoje ainda não sei muita coisa só o básico mesmo mas estou sempre tentando me aperfeiçoar na técnica e pescando peixes por ai, agora faltam mais alguns milhões de peixes no fly e isso não vai ter preço mas devagar se chega lá e estamos caminhando. Dedico aos amigos flyeiros de plantão. 

sexta-feira, 6 de abril de 2012

PATAGONIA CHILENA



A viagem para a patagônia é o sonho de todo flyeiro. Pescar no fly, que tanto treinamos durante muito tempo e com afinco para aprimorar sempre a técnica e, fisgar uma bela truta na maravilhosa paisagem alpina é uma experiência única na vida, mesmo que realizemos esta viagem uma vez ao ano sempre será novidade.
A VIAGEM
Pegando um vôo da Tam operado pela Lan Chile seguindo para Puerto Montt e fizemos escala em Santiago. Eram 4:20 hrs da manha do dia 29 de março quando passei na casa do meu amigo Caio para irmos ao aeroporto de Guarulhos. Ao chegarmos em Cumbica logo procuramos o primeiro serviço de que dispúnhamos nesta viagem: o fly park 24hr, sendo muito bem recebidos pelos funcionários que rapidamente ajudam a estacionar o veiculo e nos transportam para  o portão de embarque na van da companhia. Exatamente as 6:50 da manha começou o embarque para o voo 8214 com destino a Santiago, os funcionários são extremamente atenciosos e a decolagem ocorreu sem mais delongas.
Em vôo o serviço de bordo foi muito bom fizemos um lanche com direito a frutas e um sanduiche e sucos e bebidas diversas. Ao chegarmos a Santiago passamos pela imigração para dar entrada no país sendo que pude observar como e bom o funcionamento do mercosul pois viajei somente com minha identidade e não tive problema nenhum durante todo o trajeto. Seguindo a nossa rota embarcamos rumo a Puerto Montt as 14:00 como previsto chegando no sul do chile após uma hora e meia de viagem tranquila com a cordilheira e os vulcões ao nosso lado esquerdo e o oceano pacifico do lado direito.

 Cordilheira dos andes.


 Vulcoes na regiao dos lagos.



Puerto Montt
Puerto Montt e uma cidade costeira que possui um grande porto comercial e um braço de mar gigantesco, o chamado Seno de Reloncavi. Toda a cidade podemos andar a pé sem problemas apesar do serviço de taxi não ser caro preferimos conhecer a cidade do jeito tradicional. A beleza da avenida Costanera e indescritível e todos os bares e restaurantes atendem muito bem seus clientes mesmo que sejam estrangeiros. É uma cidade que vale a pena visitar.


PRIMEIRO DIA DE PESCA

Chegamos no Lodge Ruca Chalhuafe no dia 30 de março a noite, enquanto jantávamos o Felipe, responsável pelo Lodge e pela pesca, chegou para nos encontrar e conversarmos sobre oq eu íamos usar na pesca do dia seguinte. Nos fomos ao rio petrohue, estávamos em quatro, uma dupla tentou salmões e trutas no bait e Caio e eu pescamos trutas no fly. Com muitas ações, mas embarcamos somente  três trutas pequenas, que ao meu ver, no fly, foram um troféu para mim por ser a primeira truta que embarcava no fly, e sendo ela selvagem a emoção foi muito forte. Usamos linhas sinking com leader longo e fino eu estava com uma vara eagle claw #5 de ação lenta e Caio com uma #6 royale de ação media rapida. Descemos cerca de 15 km de rio, entre flotada e vadeo a diversão foi garantida e a paisagem pelo caminho e deslumbrante. As aguas límpidas e transparentes não nos permitia visualizar a truta, mas assim que essa pegava na mosca era um show de saltos e corridas. Usamos varias moscas porem as wooly buggers e streamers são as que funcionam melhor. Como o rio Petrohue estava límpido e transparente em todo seu percurso pesqueiro, usei iscas claras com maior resultado principalmente os pequenos streamers que imitam peixinhos com costas brancas e ventre colorido.. Petrohue significa " lugar dos petros" petros sao pequenos insetos locais.
Rio Petrohue
 Embarcando a primeira truta no fly.

 Agradecendo pela otima briga seguida da soltura do peixe.


Vadeo no rio.

SEGUNDO DIA DE PESCA
No segundo dia de pesca fomos percorrer os últimos 8 km do petrohue que desemboca no estuário Reloncavi, neste percurso a pesca foi mais no vadeo, pois a geografia permite isso, ventos às vezes são constantes mas fracos, porem, com força suficiente somente para atrapalhar um ou outro arremesso sendo por esse motivo que vadeamos mais do que flotamos pois o vento atrapalha na flotada. O ponto alto deste percurso esta no final, com rio bem cheio a calha do mesmo possui de 5 a 8 metros tornando essa faixa do Petrohue não favorável para a pesca pois a linha não chega ao fundo a tempo de trabalharmos a mosca, hora para uma descansadinha básica no braço. Passamos pelas termas e antes de entrarmos no estuário fizemos um rafting por pequenas corredeiras onde antes das mesmas podemos tentar as trutas do mar. Ao terceiro dia de pesca optamos por fazer o mesmo percurso do Petrohue do primeiro dia, mas desta vez iriamos armados com conjuntos #8 e conjuntos #9/10 e linhas pesadas de 325 grains para tentar os salmões. Porem nos foi avisado que os salmões estavam a espera de subir para os pequenos rios para a desova e não tendo chovido por volta de 20 dias eles não estavam atacando as moscas e nenhum outro tipo de isca por isso logo desistimos dos salmões e fomos para as trutas com ataques violentos e embarques satisfeitos dos troféus.

 E as animadas marrons começaram a dar o ar da graça.
 Esse foi um dia de vadeo praticamente.
Ao pé do vulcão Osorno.
 Captura....
 ... soltura.

Estuario de Reloncavi.


RIO MAULLIN.
Este foi o ultimo dia de pesca na patagônia, mas para nós foi o melhor dia de pesca pois no fly durante o dia todo pegamos por volta de 16 a 18 trutas cada um. Acordamos muito cedo eram já 6:00 da manha quando nos chamaram e entramos no carro rumo ao rio Maullin ( se lê Maugin) por volta de 6:30 pois teríamos uma pequena viagem de uma hora ate o rio. Ao chegar ao rio este se parece muito com rios brasileiros, com aguas mais turvas de cor amarronzada e em locais mais rasos onde haviam corredeiras ai sim o rio se transformava em transparente mas eram somente alguns metros de extensão e uns 30 cm de profundidade. Durante todo o percurso pegávamos arco íris fácil toda hora a truta bate sempre pescando com wooly bugger e linha sinking de 125 grains, as marrons eram também fáceis mas menos frequentes, todavia lançada a mosca não sabíamos o que viria atrás da mesma. E um rio com fartura de alimento (no rio a principal fonte de alimento das trutas e um crustáceo chamado de pancora que pode-se observar em todo lugar nas cores verde escuro, marrom e vermelho, marrom e laranja e totalmente laranja) tornando as trutas gordas e pesadas, foi em um desses arremessos que senti uma puxada forte e a emoção veio à tona porem o guia tem o dom de acalmar a gente e com muita paciência travei o cabo de guerra com uma bela truta marrom de 2,300kg e como brigou saltou foi uma fera dentro da agua ate que embarcamos para as fotos.
Nos rios da Patagônia a pesca com mosca é extremamente técnica posso citar que deve-se lançar a mosca a frente de pedras e arvores caídas e logo atrás das mesmas também. No rio Maullin a pesca é ainda mais técnica, pois necessitamos arremessar embaixo de estruturas como arvores e troncos e plantas que ficam sobre as aguas para que a mosca passe por baixo das mesmas e com uma linha sinking dizendo-se “pesadinha” o arremesso torna-se um pouco mais difícil, e para isso recomendo um curso de fly pelo menos um ano antes de ir para o Chile ou Argentina e treinos diários de arremesso. Um mau arremesso e igual a perder um ótimo ponto de truta e um ótimo ou bom arremesso e igual a uma truta.



Rio Maullin.
Começando a pescaria.
 Agora era a vez das arco iris mostrarem sua força.
 Auxilio do guia para pegar a truta de 1kg que escapou.






Embarcando o troféu da minha viagem.
2,300 kg a maior no fly.



O CHILE.
O Chile e um país muito bonito especialmente ao sul onde estivemos, visitamos as cidades de Puerto Montt e Puerto varas sendo a primeira uma cidade típica costeira e a segunda uma cidade mais voltada ao turismo. Menor e mais acolhedora, Puerto varas tem restaurantes ótimos e quem for visitar a região dos lagos não pode deixar de experimentar a cerveja artesanal do chile. Em Puerto Montt não pode deixar de dar uma passada no mercado de peixes e frutos do mar esse merece uma visitinha. A licença de pesca e facilmente obtida no Sernapesca que fica no prédio de la Provdencia do governo na Plaza de Armas em Puerto montt e não leva nem 5 minutos pra ficar pronta, sendo valida por um ano a licença tem custo de $USD 70,00 dolares em media. Em Puerto Montt se for passar um dia ou dois recomendo o Hostal Pacifico que e um hotel pousada típico para viajantes rápidos, confortável e tem serviço de traslado ao aeroporto. A diária custa em media $USD 53,00 dolares.

Igreja Sagrado Coração de Jesus de Puerto Varas.

Ricardo do Hostal Pacifico: hote pousada em Puerto Montt muito agradavel para passar a noite.

Puerto montt: Plaza de Armas.

 Palafitas e mercado de frutos do mar.

 Estatua em homenagem aos imigrantes alemães.

Otimo lugar para uma "cerveza con papas fritas".

Singela homenagem ao nosso amigo Wanderley Palhares lembrando que estavamos torcendo por voce ate no chile.

Texto e fotos : Fernando Mattei
Apoio: FLYCAST SCHOOL & SCAPES 
Apoio tecnico : Marco Valerio

FLYCAST SCHOOL & SCAPES: http://flycastschool.blogspot.com.br/
Hostal Pacifico em Puerto Montt: http://www.hostalpacifico.cl/